Bruno Scornovacca, do grupo KLB, está ansioso
com sua estreia no MMA, prevista para o dia 16 de dezembro. Em entrevista à
CARAS Online, ele fala sobre treinos, chacota, machucados e carreira
musical
Por: Neto Lucon
Embora esteja inserido nas artes marciais há
mais de oito anos, o cantor e baixista Bruno Scornovacca (28) – do grupo KLB –
pegou a família e os irmãos, Kiko (33) e Leandro (31), de surpresa. Sem
comunicar os familiares e amigos, ele resolveu entrar para o MMA profissional e
fazer sua estreia em dezembro deste ano.
A primeira luta está marcada para o dia 16 do
próximo mês e o adversário do artista será o jovem atleta Diego Ramones (21).
Mesmo com a família dividida com a nova empreitada, Bruno está empenhado em sua
estreia no “Fair Fight MMA”, em São Paulo. Ele treina três vezes por dia com
Diego Lima (mesmo técnico do lutador do UFC Felipe Sertanejo), da Chute Boxe, e
afirma que sua intenção é o nocaute.
“Estou com sangue nos olhos. Minha estratégia é
nocautear, mas se for levado para o chão vou surpreender e tentar finalizar. Vou
partir para cima para nocautear”, prometeu.
Em entrevista exclusiva à CARAS Online, o
cantor-atleta afirma que não vai abandonar a carreira musical e que seu objetivo
é incentivar a prática do esporte. Ele também comentou sobre as declarações
provocativas de seu adversário, que afirmou que o confronto será do pop contra o
rock. “Faz parte do show”.
- Conhecido
pela carreira musical, você entrou agora para o MMA. Como sua família e seus
irmãos, que trabalham com você, receberam essa
notícia?
A minha família não foi a favor e eles só
descobriram quando eu já tinha fechado tudo. Quem me apoiou foi o Leandro, com
quem eu treino boxe. Ele falou: ‘Está certo, tem mais é que ir para cima, fazer
o que gosta’. Mas o mais legal é que estes treinamentos estão mudando totalmente
a minha vida. Estou gostando muito.
- Mudou sua
vida em qual sentido?
Mudou completamente, principalmente pelo fato
de estar acordando cedo. Antes, com os shows, você acaba sempre dormindo tarde,
mal. Mas, hoje, eu levo a vida de um empresário que tem que estar às 8h da manhã
no escritório. Totalmente regrada, saudável, na correria. Está sendo muito bom
para mim. Para você ter ideia, eu fiquei mais magro, dei uma secada, até nos
próprios músculos. Estava com 92kg, fui para 83 e tenho que estar com 77kg no
dia.
- Quantos
treinos está fazendo por dia?
São três treinos por dia, de 1h ou 2h de
duração cada um, com a melhor equipe de São Paulo. São amigos pessoais, que dão
gás para a minha estreia. Quando não estamos treinando, estamos conversando,
falando de luta, falando sobre os treinos, no que posso melhorar. Tudo isso vai
aperfeiçoando, vai me deixando mais confiante. Mas é aquela coisa: luta é luta e
tudo pode acontecer. Até o dia, quero estar 100% preparado.
- Tem se
inspirado em alguém?
Existem várias pessoas que eu gosto e tenho
como referência. Procuro olhar e pegar algumas coisas de vários lutadores. Tem o
Wanderlei Silva, o Anderson Silva, o Felipe Sertanejo, que treina comigo. Gosto
também do Chuck Liddell.
- Por ser um
artista conhecido, enfrenta algum preconceito ou resistência dos
adversários?
Eu não ligo para essas coisas e não quero nem
olhar para isso. Sei que tem gente que fala demais sem conhecer, sem saber da
minha história no esporte, na luta… Não vejo e não procuro saber nada , não
porque acho que possa mexer com o psicológico, mas porque estou focando no que é
mais importante: incentivar o esporte, mostrar como ele é de verdade.
- E você tem
uma relação bastante próxima com as lutas, né?
Pois é! Só o MMA treino há 8 anos, tenho cinco
anos no judô, fui para a capoeira, kicking boxe, muay thai… Sempre tive vontade
e hoje me sinto preparado com esta equipe.
- O seu
adversário, Diego, disse que será um embate do pop contra o rock. O que acha
dessas declarações?
O que eu acho mais bacana é isso. O esporte dá
a oportunidade de ter esse lance: é o show! O que estou gostando bastante é o
respeito de ambas as partes. Da minha, por saber que ele tem várias lutas em
Itu. E dele, que sabe que eu treino há bastante tempo. Ele está me respeitando
nesta minha estreia e eu estou curtindo isso. Se vai ser um embate do pop contra
o rock… É legal fazer essas torcidas, chamar o público para assistir, torcer,
fazer esse embate.
- Muitas fãs
estão com medo de que você sofra algum ferimento. Já pensou em como uma lesão
grave pode atrapalhar a sua carreira musical?
Não penso nisso, quero ganhar de nocaute, mas é
claro que a gente está sujeito a se machucar. Se levar algum, ah, acontece! Mas
acho que não vai passar de um roxo, um inchaço, nada que vai prejudicar a minha
carreira e a imagem. Estou treinando bastante para não levar nada,
nenhum.
- E existe a
possibilidade de você parar de cantar para se dedicar unicamente ao
esporte?
De jeito nenhum. O que eu faço é música e é o
que eu amo fazer. O MMA está apenas sendo colocado em prática, pois eu sempre
fiz. Apesar da paixão pelo esporte, nunca deixaria de lado a minha carreira
musical. Fãs, podem ficar sossegadas (risos).
- E o que
podemos esperar de você nesta luta?
Olha, vou entrar para mostrar o que eu aprendi
durante esses anos todos. Vou para cima, com sangue nos olhos (risos), sempre
respeitando o meu adversário. Mas adianto que não vou dar moleza não, não tem
como. Me propus a fazer o show e é o que vou fazer.